Como todos viram, na semana passada veio à tona a crise bilionária sofrida nos caixas das Americanas. E após acompanhar toda essa situação, pontuo aqui apenas alguns dos fatores que essa crise já está influenciando no mercado para abrir à reflexões.
Impacto sobre a Páscoa – A Black Friday dos Chocolates
O maior posto varejista de ovos de páscoa do mundo está em risco depois do rombo bilionário. Isso afeta desde os grandes fabricantes até o consumidor final que certamente vai sentir a diferença no bolso. Como?
Quando a maior rede de lojas com preços competitivos perde seu poder de compra, todas as cadeiras sofrem esse impacto. A estimativa é que sobre produtos nas prateleiras ou até mesmo que faltem opções de variedades, já que os fabricantes só podem fornecer com pagamento à vista, para evitar o risco de crédito nas lojas Americanas.
Segundo comenta o próprio presidente do Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo & Mercado de Consumo (IBVAR), Claudio Felisoni, a páscoa é a black friday do mercado de chocolates, então os fabricantes não vão querer vender para a Americanas e sim para os concorrentes, com isso a margem das empresas de chocolate vai diminuir e o aumento na ponta para o consumidor final irá subir”.
Impacto sobre as empresas parceiras
A Americanas também tem e-commerce com diversas empresas parceiras envolvidas, desde 2006 , após a fusão entre Submarino, Shoptime e Americanas.com. se tornou uma das maiores empresas de e-commerce nacional e a partir de então outras fusões aconteceram até a compra da Direct Express, transportadora especializada em entrega de e-commerce.
Ano a ano a Americanas foi expandindo seus negócios e diversificando o mercado e a estratégia de praticamente todas as empresas era a mesma: ganhar mercado com menor preço e melhor distribuição.
Não precisa ser nenhum especialista econômico para identificar o impacto que o abalo dessa potência irá causar em diversos setores, como já detalhamos no exemplo do mercado de chocolates, há 1 mês e meio da Páscoa.
Reflexão:
Onde estava o monitoramento e controle de todos os processos operacionais que esperou acontecer a maior crise da história da empresa, que não identificou antes? Não sou quem irá apontar culpa aos CEOs que deixaram isso acontecer, pois isso cabe à órgãos especializados concluírem suas investigações, mas o ponto de reflexão que trago hoje é: Por que não identificou ou previu isso antes? Não existia gestão de processos na organização? Como era o controle financeiro dessas empresas? Precisou chegar nesse ponto extremo para perder um novo CEO em apenas 9 dias de trabalho e vir à tona na mídia internacional para só agora começarem a pensar como agir?
Uma empresa com gestão de processos bem estruturados e bem escalados, além de evitar ruídos desastrosos, consegue reduzir custos e prevenir esse tipo de catástrofe que muitas vezes pode trazer um prejuízo irreversível. Isso sem citar o esforço para reconquistar a confiança do mercado, se decidirem corrigir as falhas e seguir em frente.
Investir em consultoria de processos, investir em tecnologias seguras e adequadas, investir em pessoas e projetos é a base sólida que toda empresa precisa. Seja ela do tamanho que for.
Lembre-se: nenhum prédio permanece seguro sem uma base sólida e estruturada.